quarta-feira, 18 de abril de 2018

Trabalho e Potência

 Trabalho
        Quando se fala em trabalho todo mundo fica com preguiça, não é mesmo? Mas porque ‘trabalho’ carrega isso consigo? Será que é porque ‘trabalho’ está associado a esforço físico? 
      Vamos, primeiro, lembrar da revolução industrial, onde as indústrias buscaram meios de reduzir os custos, facilitar os esforços dos trabalhadores e agilizar o processamento dos produtos e serviços. Assim, dizemos que, de certo modo, as palavras “esforço realizado” e “trabalho”estão entrelaçadas.

      O que deve haver para existir trabalho então?
·         Força;
·         Deslocamento;
·         Força no mesmo sentido do deslocamento.
      Vejamos um esquema que nos mostra como o conceito de trabalho pode ser visto:
Fonte: feito pelo autor

Exemplos de situação em que há trabalho:

            Então, visto que o trabalho está associado à esforço, dizemos que há força e se essa força realiza um deslocamento, dizemos que há trabalho. Assim, trabalho pode ser expresso por:
t = Fd                                                                    (01)
            Visto que já se conhece as unidades de força (N - Newton) e de deslocamento (m - metro), então dizemos que: 
t = Fd [Nm] ou [J]
            A unidade adotada como padrão pelo Sistema Internacional foi o Joule [J].
            Exemplos para aplicação da equação 01.

Ex. 1: Uma garota empurra uma mesa por uma distância de 2 metros, aplicando uma força constante de 100 N ao longo do deslocamento. Qual o trabalho que essa força realizou?
Primeiro identificamos quem é a força e quem é o deslocamento, depois substituímos na equação 01 e obtemos o trabalho, ou seja, t = Fd = 100*2 = 200 J.

Ex. 2: Um cidadão foi realizar compras no supermercado e, ao final das compras, deslocou o carrinho por uma distância d = 4 m, aplicando uma força F = 100 N. Qual o trabalho realizado? R: Temos, t = Fd = 100*4 = 400 J.
Já o trabalho realizado por uma força peso pode ser associado a uma mochila quando é puxada pra cima ou solta, no entanto há a substituição de d (distância) por h (altura), bem como substituindo a força por uma força peso onde, de acordo com a segunda Lei de Newton, o peso pode ser descrito por Fpeso = mg, considerando sempre g = 10 m/s2.

Ex.3: Quando um objeto de 100 N cai de uma altura de 2 m. Qual o trabalho realizado pela força peso?
Sabe-se que t = Fpeso*h, mas Fpeso = mg, então . Porém, já foi dado que Fpeso = 100 N, logo, t = 100*2 = 200 J.

Ex.4: Suponha que uma mochila de m = 5 Kg estará sob ação da gravidade g = 10  ao ser solta de uma altura h = 1 m. Qual o trabalho realizado? 
t = mgh = 5*10*1 = 50 J
            
       Se uma mochila é segurada, parada, há realização de trabalho? Não, pois não há deslocamento!
       Se uma pessoa carrega sacos de cimento na cabeça o dia todo, essa pessoa realizou trabalho? Não pois a força peso está perpendicular ao deslocamento.
       Assim, dizemos que trabalho não é necessariamente um esforço físico.
           
Potência
         
Se uma pessoa A carrega 10 caixas em 5 min e B carrega 10 caixas em 15 min. O trabalho realizado foi o mesmo, mas A é mais potente, pois realizou o mesmo trabalho em menos tempo.
 Assim, se potência é trabalho (t) realizado sobre um tempo (ΔT), temos que:
                                                       (02)
 Ex.5: Quantos joules consumiu uma lâmpada de 60W que ficou ligada por 4 horas?
    Sabendo que 4 horas 14400 s, então, isolando t em 02, temos t = P*ΔT, então t = 60*14400 = 864000 J = 864 kJ. Então o trabalho realizado é t = 864 kJ.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Energia Cinética


            Energia cinética é a energia dos corpos em movimento. Para entendermos a Energia Cinética, vejamos as seguintes afirmações:
·         Todo corpo, que tem matéria, possui uma massa;
·         Se o corpo está em movimento ele possui uma velocidade.
            Então, para calcular a energia cinética (a energia associada aos corpos em movimento), precisamos da massa e da velocidade do objeto. Dessa forma, há uma proporcionalidade entre Energia Cinética, Massa e Velocidade. Para efeito de cálculos, temos que:
                                            (01)
            Assim, podemos observar as relações na proporcionalidade entre as grandezas utilizadas e, assim como GEWANDSZNAJDER (2015, p. 161) cita, “quanto maior a velocidade de um carro, maior será o dano se ele se chocar com outro. A destruição também pode ser influenciada pela massa do veículo: Uma batida contra um caminhão é muito pior que contra um carro, se ambos estiverem na mesma velocidade”. Assim, indicamos que, em caso de curiosidade, assista aos vídeos de crash test que as montadoras têm que submeter seus veículos.

Vídeo 01 - Crash test de carros


Exemplo de como calcular a Energia Cinética:
Suponha que um veículo com massa de 100 Kg está a uma velocidade de apenas 1 m/s, qual a Energia Cinética associada à este veículo?
Resolução: Sabendo que m = 100 Kg e v = 1 m/s e utilizando a equação 01, temos:


    Agora, aumente a velocidade do veículo para 10 m/s e depois para 20 m/s. Depois faça a análise dos resultados. Qual sua interpretação desses resultados? Veja se a Energia Cinética aumenta quadraticamente com a velocidade do veículo.


Referência Bibliográfica

GEWANDSZNAJDER, Fernando. Trabalho, energia e máquinas simples. In: Ciências: matéria e energia. Projeto Teláris, 9º ano. São Paulo: Ática, 2015. ed. 2. cap. 11.


segunda-feira, 16 de abril de 2018

A centelha elétrica


    Para se entender como se dá o processo de formação da centelha elétrica, é necessário se ter em mente que o ar pode agir como um isolante ou um condutor de eletricidade dependendo da intensidade do campo elétrico ultrapassar a intensidade da rigidez dielétrica do ar.
    Vale lembrar que a rigidez dielétrica do ar depende da umidade do mesmo. De um modo geral, quanto maior for a umidade do ar, mais fácil será romper essa barreira, mais fácil será para produzir uma centelha elétrica.
   Já sabemos que a centelha se dá no momento em que a rigidez dielétrica do ar é vencida, vejamos uma ilustração de como isto acontece. Vejamos o exemplo de duas placas metálicas ligadas à polos de uma fonte de alta tensão.

Figura 01 - Ilustração esquemática
Fonte: Álvares e Luz (2005)

    Indo mais à fundo, podemos dizer que quanto maior a diferença de potencial entre uma placa e outra, mais fácil será para superar a resistência do ar. Podemos observar, na figura 01, que os sinais em cada placa são opostos. 
    O que acontece é que as cargas elétricas podem se mover com grande facilidade em um campo elétrico e, neste caso, se a intensidade do campo elétrico E for maior que a rigidez dielétrica do ar, o ar se tornará um condutor elétrico e as cargas passarão a se moverem livremente no ar. O resultado disso é a centelha elétrica.
    Quanto maior o acúmulo de cargas em cada placa, mais intensa será a centelha e, se aumentarmos muito a distância entre as placas e também quantidade de cargas em cada placa (a diferença de potencial entre elas), teremos uma centelha ainda maior, um arco elétrico. 

Vídeo 01 - O arco elétrico



    Dependendo das condições, a centelha elétrica pode ser tão grande que pode vencer quilômetros  de distância entre as "placas". Imagine agora que uma das placas seja a superfície terrestre e a outra seja uma enorme nuvem. Se elas estiverem extremamente carregadas, o resultado será um raio conforme a ilustração das figuras 02 ou 03.

Figura 02 - Ilustração da formação de um raio


Figura 03 - Ilustração da formação de um raio


    Ambas situações podem ocorrer. Note que os raios podem tomar diversas formas, eles não precisam cair, necessariamente, em linha reta, eles apenas formam o caminho com melhor condutividade elétrica. Para quem tiver mais interesse, deixamos, abaixo, disponível um documentário (dublado em Português) produzido pela Discovery Channel sobre os raios (clique sobre o link do vídeo).

Vídeo 02 - Documentário Planeta Feroz: os raios

Fonte: Burke-Ward e Hutt 




Referência Bibliográfica

ÁLVARES, Beatriz Alvarenga; LUZ, Antônio Máximo Ribeiro da. Física. São Paulo: Scipione, 2005. volume 3.

BURKE-WARD, Richard; HUTT, David. Planeta feroz: os raios (vídeo documentário dublado). Discovery Channel. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2KaKBxjDA14>. Acesso em: 17 de abril de 2018.